terça-feira, 23 de junho de 2009

leis e costumes e meus pensamentos e estudos do mes de tamuz de 5769

Olá queridos amigos leitores esta nova reportagem busco mostra a todos que visitam meu blogger um pouco de conhecimento judaico , neste artigo sou grato plenamente a ajuda de alguns Rabinos, Rafael Sphagetall, Daniel Rotheberg , Menachen lismann , Daniel Touitou ,e meu grande mestre Moises Garzon , eles que indiretamente ou diretamente tem me ajudado no meu aprendizado aqui em Israel,espero que vocês gostem tudo isso e feito de uma forma amadora mais com a importância de leva a torah a todos que buscam algo mais espiritual .seguindo enfrente vamos ao artigo ...

Ouve Israel! Shemá Israel
O eterno e nosso D-us o eterno e um!
Quem de vocês nunca terá escutado estas palavras simples e sagrada? Esta e a curta frase que nos repetimos, à noite e pela manhã, há mais de três mil anos.ela exprime o princípio fundamental do judaísmo: a fé em um D-us único.
Nela nasceu o povo judeu ,foi por afirmá-la que foi escolhido por D-US, foi por defende –lá que foi torturado e ultrajado.hoje, nosso povo o mais antigo entre os que historia conhece e, ao mesmo tempo, o mais jovem dos povos modernos. Vive ainda e continua afirmar a eternidade de D-US,de nosso D-US, do D-US único.
Hoje vocês encontram o nome Israel no alta geográficos e tem ocasião de ver frequentemente caracteres hebraicos em selos postais ou em jornais e revistas. E que nós tiveram a sorte de nascer numa época em que o nome de Israel não mais e objeto de menosprezo entre os povos, e agora o nome de uma nação livre que todo o mundo admira por sua coragem..
A historia de Israel e um extraordinário conto de aventuras.ai estão heróis e assaltantes,longas fugas e perseguições através de terras e mares por todo mundo ,numa sucessão de tortura e salvamentos imprevistos.há entretanto ,uma diferença entre este conto e um romance vulgar de aventura : e que este conto e inteiramente verídico e seu herói, Israel ainda vive.ele vive em cada um de nós.( AM ISRAEL) e foi o eterno ,nosso D-us o D-us único ,que nos defendeu ,nos salvou e nos trouxe para nossa terra de pois de 2000 anos cumprindo uma profecia “ eu vos tirarei das nações e vos reunirei de todas as terras, e vos trarei ,à vossa própria terra” a terra de Israel . vou trazer relatos e costumes tirados das minhas idéias e de shiurim ( aulas de judaísmo) e der alguns livros que estou lendo em inglês onde se encontrar muito deste assunto infelizmente em português somos limitados.para chegará nesta matéria que para mim e um auto avalia mentos do conhecimento que tenho agregados nestes últimos meses coisas que no Brasil não teria como. realmente Jerusalém e o pilar do judaísmo. Isso de fato só acrescentara no meu ensinamento .
Pois dizem nossos sábios primeiro aprender depois de imediato transmitir para que não se perca uma virgula.

Primeira parte

A crença judaica

A- as bases da fé
O mundo espiritual do judeu compreende um sistema completo de doutrina e lições que corresponde a todos aspectos da vida .dentro deste amplo sistema, existem treze princípios básicos de fé .e indispensável que todo judeu crente os conheça e acredite neles. Estes são os
Trezes princípios da fé judaica
1- existe um criador divino.
2- Sua unidade e única e absoluta.
3- E um ser espiritual acima de qualquer lei da natureza.
4- E eterno, o primeiro e o único .
5- Somente ele pode ser reverenciando.
6- Sua vontade foi declarada através da revelação divina e pelos profetas verdadeiros
7- Moises foi seu profeta principal ,e o mestre supremo de Israel .
8- A torah que pertence ao povo de Israel e aquela outorgada a Moises no Sinai.
9- Esta mesma torah e imutável e nunca será substituída por outra lei.
10- D-us tem um conhecimento prévio dos pensamentos e ações do homem mesmo que o homem atue com livre arbítrio.
11- Sendo responsável por suas própria ações o homem recebe a justa recompensa e castigo do juiz supremo.
12- No final dos dias D-us enviará messias, o justo, filho de David , o qual será o rei perfeito , para um mundo perfeito.
13- Haverá a ressurreição dos mortos que mostrará a grandeza e a bondade de D-us . toda ruína será restaurada e toda morte se transformará em vida.


B- O mundo e sua finalidade

1- quis nosso bom criador expressar sua bondade e para este fim criou o mundo e a multidão de criaturas para inspirar neles suas influencia benigna e para abençoa- los com sua abundância.
2- No homem, a influencia benigna do criador se expressa na infinita felicidade que nele nascerá ao aproximar- se do criador de acordo com a força de suas possibilidades. Assim pode chegar o ser humano a desfrutar das abundantes bênçãos do criador.
3- Para que o homem possa aproximar – se do criador por mérito próprio,D-us o criou com livre arbítrio e o colocou num mundo onde existe o bem e o mal.
4- D-us o criou com corpo e alma e nestes distinguem-se duas características opostas e contraditória: um instinto bom e um instinto mal.o fato do homem poder escolher entre os dois instintos, conquistar o instinto mal e abraçar o bom, lhe permite alcançar a devoção completa ao criador, o bem verdadeiro e assim cumprir sua missão neste mundo.
5- Depois da luta pessoal que o homem mantém ao longo da vida , o homem no qual o bem triunfou, merecerá a verdadeira felicidade em dois aspectos: a felicidade espiritual no mundo das almas, chamado o jardim do éden e a felicidade no mundo vindouro que será seis mil anos depois da criação do mundo.
6- O mundo do homem compreende duas etapas: a etapa da luta e esforço pessoal neste mundo e a etapa de sua recompensa, ou seja, a felicidade ou o castigo no mundo vindouro.
7- No entanto, existe a possibilidade de obter uma parte da felicidade divina neste mundo através da prece, do estudo da torah, da exaltação da alma no shabat ( sábado) e nos yom tov ( dias festivos)


D-US maneja e controla o mundo.

1- O livre arbítrio do homem e sua luta para escolher entre o bem e mal , possibilitam sua futura felicidade.
2- O bem e o mal não existem somente no interior do homem,e sim em toda a criação ,em todas suas dimensões e sistemas e em todos o níveis do espírito e da alma em todos os mundos.
3- A proporção entre o bem e o mal não e igual em todos os homens,nem em todos os tempos. Alguns se inclinam naturalmente para o bem, assim como outros se inclinam para o mal. Cada homem e medido pelo que e pelo o que escolheu.


4- O criador supervisiona suas criaturas , dando recompensa aos bons e castigando os maus
Assim encaminha s almas para alcançarem o Eterno que e o bem.

5- A recompensa e o castigo não são determinados nem medidos por fatos isolados do individuo.Existem diversos e diferentes fatores que determinam isto.


6- O homem e medido por suas relações atuais, passadas e futuras com as pessoas que o rodeiam; familiares; amizades; e vizinhos.
7- A recompensa e o castigo , como já vimos, se realizam principalmente no mundo vindouro; entretanto há ocasiões em que isto ocorre também neste mundo.
8- Há ocasiões na vida do homem em que D-us lhe limita seus livre arbítrio e outras vezes quando lhe suspende temporariamente,tudo de acordo com a necessidade que determina o condutor divino.

A natureza e os milagres.

O controle divino do mundo e feito de duas maneiras básicas: através da natureza e dos milagres.
A direção, através da natureza se baseia nas forças que operam no mundo conforme leis fixas e ordenadas .isto inclui a influencia das forças superiores.
A direção através dos milagres, com prende duas classes: os milagres evidentes e os ocultos.
Os milagres evidentes acontecem em contradição as leis da natureza.no entanto geralmente existe neles um ligeira compatibilidade com as leis naturais.
Os milagres ocultos ocorrem em harmonia com as leis naturais terrestres, mais em contradição com as leis do mundo superior de astros e constelações.
Os milagres cumprem um papel importante no mundo: o de consolidar e aumentar a fé em D-us
Seus mensageiros e profetas. A finalidade dos milagres ocultos é outra : a intervenção de D-us no decorrer da historia a favor de alguns indivíduos ou do povo de Israel,sua Toráh e sua terra .




Israel entre as nações
O primeiro homem foi criado perfeito e completo , a suprema obra de nosso perfeito criador. Se o primeiro homem não tivesse pecado, poderia ter passado o sétimo dia da criação , o shabat
( sábado) , no jardim do éden a ai gozando de um estado de felicidade tao sublime que somente se conhece no mundo vindouro.

Depois do pecado, Adão foi expulso do jardim do éden. O fato de ter comido a fruta da árvore do conhecimento do bem e do mal, causou no mundo inteiro e no homem, a mistura do bem e do mal. Como conseqüência deste pecado se fundiram na humanidade dois aspectos: o aspecto do homem na imagem de D-us, livre de pecados, apesar de uma perfeição incomparavelmente menor e o aspecto do mal que existe no homem.

De acordo com estes dois aspectos que se fundiram na humanidade , esta se dividiu em dois: o povo de Israel e o resto da nações.
O criador escolheu Abraham e seus descendentes, o povo de Israel, para que através deles continuasse manifestando-se a imagem divina na humanidade.
Foram escolhidos como “ luz dos gentios” povo santo e nação sacerdotal, com a missão de guiar e ensinar as demais nações.

O criador outorgou ao povo eleito certas virtudes e características distintas para que pudessem cumprir seu destino no mundo: a fé constante, a habilidade de aplicar as leis da torah ao seus cotidiano, a capacidade de elevar por meio das Mitzvot ( preceitos divinos) e outras qualidade especiais.
Para que realize sua missão no mundo, e preciso que o povo de Israel observe a torah e cumpra os preceitos que lhe deu o criador na grande revelação do monte Sinai.

As demais nações do mundo se lhes exige que cumpram os setes preceitos dos filhos de Noé.
A- Proibição da idolatria
B- A proibição das relações ilícitas .
C- A proibição de derramar sangue.
D- A proibição de comer a carne de um de um animal que ainda não esta morto .
E- E a proibição de maldizer o criador.
F- A proibição do furto.
G- O estabelecimento de um sistema de justiça.

Os filho de Noé ,isto é , todos os povos não judeus, contanto que cumpram estes preceitos,são merecedores do mundo vindouro.
Os filhos de amalek , descendentes de Essaú, foram criados com as piores características da humanidade, e seu maior interesse e prejudicar todo o bom e sadio que existe no mundo. Sua criação foi parte do plano divino de estabelecer um profundo mal no mundo para se confrontar com o profundo bem. Uma das grande tarefas do povo de Israel e a destruição completa de Amalek no mundo para que reine o bem divino.
Existe varias explicações para este texto , alguns sábios dizem que algo totalmente espiritual e outros classificam povos que se levantam para destruir a cada geração o povo de Israel .

Outras nações também foram destinadas a se confrontar com Israel atuando em varias más ações quando D-us queria testar o povo de Israel : os Cananeus, egípcios ,Babilônios, persas, Gregos,Edomitas, Ismaelitas, Moabitas e Amonitas.
Em geral a maior parte das nações do mundo odeiam o povo de D-us . ódio que tem para o povo de israel, traz a desgraças a estas nações causando-lhes graves danos e ocasionando seu desaparecimento da face da terra. Poderiam evitar este mal, se estivessem dispostos a aceitar influencia espiritual do povo de Israel . chegara momento quando as nações do mundo reconhecerão que Israel e a semente abençoada por D-us.
Apesar da diferença que existe entre o povo de Israel e as demais nações , toda pessoa pode converte-se ao judaísmo e pertencer ao povo de Israel se sua conversão e autentica e sincera, com amor a D-us e sem nenhum motivo oculto.



A visão profética e o espírito sagrado.
Com o fim de guiar a humanidade no caminho da Toráh e para incentivar o povo de Israel a cumprir as Mitzvot , D-us outorgou ao mundo vários graus de visão profética.
A visão profética no seu nível superior e a de nosso mestre Moisés ( Moshe rabeinu).
A visão profética que D-us outorgou a Moisés foi a do mais alto grau possível. Depois Moises nenhum profeta pode revelar a Toráh ou transmitir leis divinas em bases de visão profética. Desta maneira se conserva a eternidade da Toráh.
Todo profeta que profetize em contradição com a Toráh de Moisés merece a pena de morte. No entanto, e permitido e possível que um profeta institua um troca temporária em algum preceito determinado , exceto o que proíbe a idolatria .
Assim fez o profeta Elias quando construiu um altar no monte Carmel apesar da toráh proibir oferendas fora do Templo Sagrado Em Jerusalém.
Os profetas devem preparar- se em todos os aspectos para alcançar a visão profética. No entanto, por mais que ele seja capaz e preparado para receber a visão profética ,esta jamais pode ser alcançada se não for a vontade de D-US.
A missão geral dos profetas e de encaminhar o povo de Israel e as demais nações no caminho divino apropriado a sua época. A maioria dos profetas também tiveram visões do futuro, para poder prevenir o povo e prepará-lo.
Existe um menor nível de profecia chamado de espírito sagrado a este nível chegaram grandes sábios e pessoas excepcionais através da historia.receberam vários tipos de revelações neste nível de profecia, entre eles os KETUVIM ( Os textos da bíblia posteriores aos profetas.)
Existe outro nível de espírito sagrados inferior ao anterior, que se revela na inteligência humana. Os sábios que escreveram a Mishná e o Talmud ( textos passados de geração em geração através da palavra , desde a outorga da Toráh no monte Sinai),serviam-se deste nível de profecia para renovar suas mensagens, para sua melhor compreensão.


A Toráh e seus preceitos

A Toráh que foi dada ao povo de Israel por intermédio de Moises e a raiz de tudo: da fé , do entendimento, das regras,dos preceitos divinos( Mitzvot), Das regras de conduta e moral e de todas as revelações eternas. A Toráh, e estudada em dois níveis : o nível do significado literal ( Pshát)
E o nível de seus significados místicos (SOD).
O significado da palavra Toráh em hebraico, é a lição da vida ( horat chaim) . é de grande importância o estudo e conhecimento regular da Toráh .todo judeu tem a obrigação de se aprofundar no estudo da Toráh durante toda a sua vida. O estudo da toráh exerce um influencia especial, não só em quem estuda, mas também no mundo como um todo.
Com os livros dos profetas e os KETUVIM( textos posteriores)se completa a instrução divina.os Ketuvim consistem em acontecimentos históricos, palavras de sabedoria, advertência ética.
Existem neles profecias para guiar a humanidade em qualquer época.
A Toráh escrita em hebraico ( Tanach) consiste na Toráh de Moisés( os primeiros cinco livros da Bíblia),os livros dos profetas e os KETUVIM ( textos posteriores).cada palavra escrita no Tanach exige uma interpretação precisa e uma reflexão profunda.temos de respeitar toda a Toráh escrita como a palavra de D-us. Isto inclui os livros de profecia Divina, e os Ketuvim, que foram escrito a nível de espírito sagrado.

A interpretação oral da Toráh em hebraico ( Toráh beal pe) foi transmitida a Moisés junto com a Toráh escrita.
Baseando –se nesta tradição e servindo-se das bases gerais e dos princípios derivados, os sábios todas as gerações continuaram a grande obra de buscar os profundos significados da Toráh e expô-los ao entendimento de todos. O conjunto de seus ensinamentos constitui a Toráh oral.



A literatura da Toráh oral compreende o seguinte: explicações da vida cotidiana judaica que são: Halachá ( leis de condutas ) , hagadot ( contos educativos), a Mishná, os dois Talmudim ( o Talmud da babilônia e o Talmud de Jerusalém )., Os textos dos GUEONIM ( acadêmicos do século VI a XI ) os Rishonim ( XI a XVI) e os ACHARONIM( XVI a XX) . esta literatura trata dos aspectos do judaísmo, tanto do cotidiano quanto o transcendental: leis, lendas, crenças, preceitos, virtudes, moral, comportamento social. Etc.

Os preceitos (Mitzvot) da Torah são 613 ( Tariag Amitzvot); 248 preceitos positivos ( Mitzvot Assé ) e 365 preceitos negativos ( Lo Taassé ) . sua função e proteger o homem e elevá-lo pelo caminho do bem. Isto se aplica não somente ao individuo, mas ao povo como um todo.

Uma grande parte dos preceitos não pode ser cumprida por qualquer judeu, pois esta relacionada com o Templo Sagrado ( Beit Hamikdash) e os Sacerdotes ( Cohenim) que lá serviam. Também existem preceitos que só são aplicados somente na Terra de Israel e em circunstancias especiais, como por exemplo, o divorcio.

Todos os preceitos (Mitzvot) exercem uma influencia benigna não só para quem os cumpre, como ao mundo inteiro.

A Toráh , geralmente, não explica a lógica das Mitzvot . muitas vezes, o que aparenta ser o motivo para um preceito , não e mais do que um explicação parcial. E fácil compreender a lógica dos preceitos que proíbem o assassinato e o roubo;no entanto existem outras Mitzvot cujas razões estão acima da compreensão humana. Estas se chamam de CHUKIM apesar disto , nenhuma Mitzvá ( preceito) e incompatível com a inteligência humana .

A Toráh nos revela que as Mitzvot foram dadas para o beneficio da humanidade e que através do seu cumprimento o homem pode chegar a perfeição e a realização de sua missão no mundo.
O cumprimento dos preceitos divinos e o que mais pode beneficiar o individuo e a sociedade em geral.
A torah nos ensina a vida moral com o fim de encaminhar o homem ao nível divino do bem,para conseguir isto. O homem deve cumprir as Mitzvot e sempre guiar-se por elas. As Mizvot possuem uma harmonia com a natureza moral do homem e do universo.


Continua na semana que vem
Ate lá gente
Avraham David Franco

quarta-feira, 27 de maio de 2009

UMA FESTA PARA LÁ DE MINONA





































Começo esta reportagem pelo Estado Judeu, falando de uma celebração pouco conhecida pela comunidade brasileira e, com ela, vou criando uma nova idéia de Eretz Israel.
Minona é uma festa 100 % sefaradi marroquina, que tive o prazer de vivenciar em minha comunidade em Manaus, também em Rio de janeiro e Buenos Aires, porém sempre faltava conhecer a versão originalmente israelense, sendo que Minona está no calendário do país e todo israelense a deve conhecer.
Deixemos de perca de tempo e passemos aos artigos do historiador e professor David Salgado, grande estudioso dos costumes sefaradi marroquino em Israel, para sorte comunidade brasileira.
Assim contou David em um de seus artigos:
O primeiro ponto que mais me intrigava era a origem deste nome: Existem muitas explicações e a mais comum é a que Minona vem do nome de Rabi Moshe ben Mimon, pai de Rambam, e que havia falecido exatamente neste dia, no qual comemoramos tal festa.
Outra explicação afirma que o nome Minona vem da palavra árabe “mimon” que significa “sorte ou sucesso”, porque se acredita que, nesta noite, os portões dos céus estão abertos, e que D-us recebe toda oração e pedido, trantando-se de um dia de muita sorte. É também por esse motivo, que na noite de Minona comemos e decoramos a mesa com coisas que lembram bênção, simbolizam sorte e abundância como: mel, leite, trigo, ramalhetes verdes (espigas de trigo), peixes e doces. O cumprimento mais comum nesta noite é o desejo de “Sucesso e Boa Sorte”.
Um terceiro motivo para esta festa nasce do hebraico, com a palavra Emuná (Fé), que tem sua raiz bem próxima à palavra Minona. A primeira gueulá (Salvação) do nosso povo aconteceu no Egito, em Nissan. Sendo que já estamos no sétimo dia de Pessach, mais da metade deste mês já passou, e ainda não veio a Salvação, celebramos e festejamos Minona para uma renovação espiritual em nossa fé na gueulá imediata do Povo de Israel, pois como sabemos, o Messias virá em Nissan.
Também gostaria de saber o porquê dessa comemoração ser exatamente no primeiro dia após Pessach? Qual a ligação de Pessach com Minona?
Apesar de há séculos Minona ser comemorada em quase todas as comunidades sefaraditas, sua origem está nas comunidades judaicas do Norte da África no século XVIII, e tinha um primeiro nome de Noite da Fé (Laila Emuná).
A saída do Egito é recordada com alegria no dia 15 de Nissan: O Faraó, após a última praga (dos primogênitos), libertou os judeus. Não demorou muito para ele se arrepender e perseguir o Povo Escolhido. Quando os egípcios chegaram às margens do Mar Vermelho, já era o sétimo e último dia de Pessach. Neste momento em que o Povo de Israel os avistou atrás de si e o mar bem a sua frente, pensaram que a saída do Egito tinha sido em vão, que eles retornariam para lá como escravos, ou morreriam ali. Mas, ao verem o gigantesco milagre que acontecia diante de seus olhos: a abertura seca e segura do mar para sua passagem, em contraste com o trágico fim dos egípcios, afogados ao longe com o retorno das águas à sua posição correta, só então acreditaram plenamente em D-us e em Moshe, seu servo. Um momento de completa fé e entrega sincera.
Portanto, se prestarmos atenção nos costumes de Minona, veremos que muitos deles têm ligação com o milagre da travessia do Mar Vermelho. Vejamos:
a) Festeja-se Minona logo após o último dia de Pessach, exatamente no dia da travessia do Mar Vermelho.
b) Costuma-se ir à praia, na manhã seguinte à noite de Minona, já que o milagre ocorreu no mar.
c) Costuma-se colocar um peixe inteiro na mesa de Minona, em lembrança da travessia do mar que, humildemente, se abriu para a passagem do Povo Judeu.
A tradição de manter a porta aberta em Minona vem do belo costume de visitar e também ser visitado pelos amigos, parentes e outros mais que apareçam, sem a necessidade de um convite. Este trânsito de pessoas nas casas também é explicado pela vontade de degustar os diferentes sabores deliciosos da mesa de Minona. Querem um motivo melhor do que esse?
Existe uma explicação histórica que diz: na noite da praga dos primogênitos, nossos antepassados no Egito fecharam suas portas após marcá-las com sangue, marca necessária para a passagem do anjo da morte, sem perdas judias. Portanto em Minona, após o Pessach, abrimos nossas portas para que a gueulá possa entrar.
A mesa para Minona tem um singular preparo e objetivo. Indiferentemente de sua origem, os costumem são aproximadamente esses:
Coloca-se uma toalha branca e decora-se com ramalhetes verdes toda a mesa. Essa decoração da mesa com ramos, que geralmente são espigas de trigo, é para lembrar o “Korban Haomer”, no segundo dia de Pessach, a oferenda do Ômer (da nova colheita de cevada) era trazida ao Templo Sagrado, em Jerusalém.
Alguns costumam acender velas sobre a mesa. Um prato grande e fundo com uma massa especialmente preparada de trigo com óleo e água, sendo essa mesma massa posteriormente servirá para fazer os novos pães. Moedas de prata e ouro são enfiadas dentro da massa, na esperança de ver seus pedidos se multiplicarem como a massa que fermenta; alguns costumam colocar seus anéis de casamento e desejar que venha o filho tão esperado, em breve e com saúde. Leite, mel, manteiga, frutas secas e doces diversos também compõem esta linda mesa.
O peixe é tradicional em Minona, lembra fartura e tem sua ligação com a travessia do mar vermelho; alguns costumam colocar peixe vivo dentro de uma bacia com água. E Minona não é Minona sem as tradicionais mufletas, pequenas rodelas de massa assadas e banhadas em mel e manteiga.
Para quem pergunta, assim como eu, como é possível fazer todos esses quitutes em tão pouco tempo (uma hora após a saída da Páscoa e a chegada dos visitantes), já que em Pessach é proibido ter chametz em casa, e muita dessas delícias levam trigo, aqui vai uma resposta. Primeiramente, devemos acabar de uma vez por todas com a idéia errônea de que, depois do meio-dia do sétimo dia de Pessach, já se pode deixar entrar trigo em casa; isso é totalmente errado e estaríamos cometendo o pecado de ter chametz em casa, em pleno Pessach. No Marrocos, o que acontecia, é que os árabes, já conhecendo nossas festas, preparavam as espigas de trigo, o próprio trigo, a manteiga e levavam para vender aos judeus nos “melahs” ao findar o Chag. Com o material em mãos, as donas de casas, com impressionante habilidade, corriam para preparar seus quitutes. Hoje em dia, os judeus na Diáspora, também podem adquirir dos goim sem muita complicação, mas se quiserem, podem fazer como algumas donas de casa fazem em Israel: aqui, aonde deveria ser um pouco mais complicado já que não temos o goi, o problema foi solucionado com o preparo de todas as massas necessárias antes de Pessach e vendendo-a ao goi através da “venda do chametz”, logo, uma hora após a saída do Chag, esse material é retirado do lugar que foi fechado, antes da Páscoa, e já pode ser usado para Minona.
Minona tornou-se uma festa nacional em Israel
Os judeus do Norte da África, depois que fizeram sua imigração para Eretz Israel nas décadas de 50 e 60, continuaram comemorando a Minona, em família. Em 1966, aconteceu a primeira tentativa de fazer Minona de maneira mais ampla e popular. Com os anos, os festejos da saída de Pessach se espalharam por todo o país. Hoje em dia, Minona é comemorada em cerca de sessenta cidades e, principalmente na capital, Jerusalém, com a presença do Primeiro Ministro, do Presidente e de outros inúmeros políticos. Na verdade, este caráter político tornou a festa de Minona bem menos original, e fez com que perdesse o seu brilho mágico incomum.
De qualquer maneira, seja qual for o seu costume, a sua maneira de fazer e comemorar Minona, não podemos deixá-la acabar, essa tão especial e tradicional festa, que outrora pertenceu aos judeus norte-africanos, mas, que hoje em dia, é comemorada por todos os israelenses e inúmeras comunidades na Diáspora.

Depois deste breve resumo, sigo para Dimona, uma cidade fundada em 1955. Na jornada, ao passar rapidamente por Beer Sheva, há 35 km da cidade Dimona, ao sul do país, entrevistei um jovem de origem judaica marroquina, chamado Daniel Chocon, que estuda engenharia na universidade local. Este me contou como se festeja Minona em Dimona, sua cidade natal, famosa pela hospitalidade. Hoje em dia, vivem cerca de 22 mil judeus nesta cidade, sendo destes, 10 mil judeus de origem marroquina. Muitas vezes, ao andar e passear em Dimona, nos sentimos como nas ruas de Marrocos, porém isso se quebra por vermos muitos russos, latinos, etíopes e etc. A cidade recebe suas primeiras citações no livro do profeta Josué.
Chegando, fui recebido pelo jovem Matan Vaknin, que prontamente me levou nas casas onde a festa acontecia, e acreditem, em muitas casas. A primeira casa foi da família Dahan. Para minha surpresa é uma família típica marroquina da cidade de Marrakesh, no noroeste do Marrocos. Havia muita gente na casa da matriarca, Janete Dahan, que me saudou com uma deliciosa mufleta e, na mesa, muitas frutas, flores, peixe, leite e, para minha completa alegria, a frijoela, outro doce marroquino.
Senhora Janette Dahan me ensinou, logo que cheguei uma frase que seria usada em toda minha estadia: “Tibahù vê tsiadù”. A mais interessante característica na casa da família Dahan, foi alegria em receber visitantes. Depois de varias mufletas, despeço-me indo para casa do Rabino chefe da comunidade de Dimona.
Fui prontamente recebido pelo Rabino Turgeman e, com um belo inglês britânico, começamos nossa entrevista. No decorrer, sua família mostrou-me, com muito carinho, vários objetos do Marrocos, de onde sua família saiu em 1953. Falei-lhe sobre as comemorações de 200 anos da presença judaica marroquina na Amazônia – Brasil e, para minha nova surpresa, ele me disse que conhece brevemente Kehilá e tinha muita vontade de sabe mais. Enfim, o Rabino Turgeman reafirmou mais uma vez as palavras do professor David, no seu artigo já mencionado que Minona é um chag shel emuná, e com esta declaração, ele manda um mensagem aos judeus da Amazônia: que tenham esperança como nossos antepassados tiveram no Marrocos, de um futuro longo e cheio de vida judaica, pois somente mantendo nossos costumes e nossa Tora, podemos passar, sobreviver e perpertuar em todos os tempos...
Ao me despedir do Rabino, conheci os jovens Shalom e Pinchas Malcon, com os quais me identifiquei imediatamente, não só pela fé, mas, também pelo fato de serem gêmeos bi vitelinos, tais como meu irmão e eu. Eles vivem em Dimona e contaram-me brevemente a história dos seus antepassados, mostraram-me um quadro de 150 anos, com uma representação da festa de Minona, seguido de fotos de sua família ainda no Marrocos, também foi uma lição de tradição e o olhar no futuro.
Por ultimo, chego à família Vaknin, onde muita música, tambores e bastante comida, mostrando o ritmo desta festa, que durou até cinco da manhã, terminando com a ida de todos os presentes para sinagoga, para a reza matutina.
Minha impressão foi única, realmente um carinho grande, pois em cada porta aberta naquela noite, entrava-se para ganhar em alegria, tradição e renovação da fé. Foi realmente “uma noite para lá de Minona”...
Obrigado a todos estas famílias que me receberam nesta belíssima celebração. Desejo que a cada ano, Minona tem mais significado para comunidade brasileira.

Agradeço à toda a equipe de fotografia, produção e edição desta reportagem pois sem eles não teria como proseguir neste minhas caminhadas pela terra Santa. vejo vocês nas proximas edições..até....